Tinha a sensação de que alguns passos se silenciavam justamente em frente a porta do quarto, e que algum olhar conseguia enxergá-lo através da madeira. Desesperado, correu até o banheiro, e lá trancou-se por horas.
Não queria ser visto, ser tocado. Sentia um medo avassalador de qualquer pessoa. Em sua mente, as idéias mais insanas do mal que alguém podia lhe fazer, o torturava.
A insegurança, a personalidade que não conseguiu se ajustar. Neste momento de loucura, a paranoia era a sua razão, e nada e nem ninguém, poderia mudar o seu estado de espirito.
Adormeceu sobre o chuveiro. Acordou sem entender muito o que lhe havia acontecido.
"Será que sou louco?"
Thom não compreendia muito bem esses momentos estranhos, e nem poderia, queria ele que alguém o filmasse, poder assistir a si mesmo quando menos se reconhecia, e tentar entender o porque do medo que surge do nada, o pavor pelo que é comum, a lógica de quando não existe lógica.
Ás oito da manhã, assistia televisão em seu sofá enorme, que por muitas vezes serviu como cama. Já fazia alguns meses que morava só, desde quando entrou para a Faculdade de Psicologia, que fica a alguns quilometros da antiga casa familiar.
Um pequeno apartamente, de poucos cômodos: um quarto, uma cozinha, uma sala e um banheiro, tudo pequeno, abafado. O sonho de ser independente não mostrou-se lá muita coisa. A nostalgia pelo berço familiar, a segurança dos olhos atentos da mãe, o querido cão que tanto o adorava. Tudo isso contribuia para o olhar melancólico e distante de Thom. Foi nessa mudança de vida, a insegurança pelo desconhecido, que criou raízes em seus pensamentos, que trouxe aos poucos esse medo incomum.
Morava em um municipio com pouco mais de vinte mil habitantes. Não que seja uma cidade pacata, mas em comparação com os grandes centros urbanos, a cidade era calma, suave.
Em sua adolescencia, gostava de passear pelos pastos, observar os bois, passáros, das fazendas que cercava a cidade. Dificilmente tinha medo do mundo, mas mesmo assim, era bastante precavido, evitando ao máximo frequentar lugares aonde poderia conseguir problemas, resultando assim nessas suas caminhadas matinais, pelos lugares pouco transformados pelo homem.
Era pelo clima calmo, que o fez sempre preferir estudar pela tarde. Amigos, tinha não muitos, mas prezava a amizade de seus poucos, formando uma irmandade com seus companheiros.
No colégio, impressionava com sua inteligência. Não era um nerd, pelo contrário, em contraponto com seu gosto pelo calmo, tinha uma personalidade efusiva. Dificilmente largava o cigarro, adorava faltar as aulas e no qual compensava pelos seus excelentes resultados no boletim. Ávido ouvinte de Rock. Talvez seja nestas caracteristicas, que descobrimos que Thom vivia em dois mundos: o calmo, que era o seu mundo ao redor; e o agitado, quase tudo o que existia apenas dentro de si.
Desde cedo mostrou-se um bom observador de pessoas. Precisamente o comportamento delas. Sobre outros pontos, como o vestir, ele praticamente despercebia-se. Calado, em meio ao grupo de amigos, gostava de captar minuciosamente a personalidade de cada um. Não demorou muito para que as pessoas queressem os seus conselhos, e de tanto ouvir que deveria ser psicologo, acabou por estudar a fundo a psicologia.
Hoje, em seu quarto, pensava em tudo isso, no que foi deixado para trás. Na frustação do que ainda não conseguiu ter. Considerou o seu mundo muito pequeno. Simples. E era tudo o que não queria. Ergeu o olhar para o teto, e inspirou com todas as suas forças. Parecia um atleta preparado para o tiro de largada. Levantou-se, vestiu uma camisa, e saiu pelo corredor.
Não queria ser visto, ser tocado. Sentia um medo avassalador de qualquer pessoa. Em sua mente, as idéias mais insanas do mal que alguém podia lhe fazer, o torturava.
A insegurança, a personalidade que não conseguiu se ajustar. Neste momento de loucura, a paranoia era a sua razão, e nada e nem ninguém, poderia mudar o seu estado de espirito.
Adormeceu sobre o chuveiro. Acordou sem entender muito o que lhe havia acontecido.
"Será que sou louco?"
Thom não compreendia muito bem esses momentos estranhos, e nem poderia, queria ele que alguém o filmasse, poder assistir a si mesmo quando menos se reconhecia, e tentar entender o porque do medo que surge do nada, o pavor pelo que é comum, a lógica de quando não existe lógica.
Ás oito da manhã, assistia televisão em seu sofá enorme, que por muitas vezes serviu como cama. Já fazia alguns meses que morava só, desde quando entrou para a Faculdade de Psicologia, que fica a alguns quilometros da antiga casa familiar.
Um pequeno apartamente, de poucos cômodos: um quarto, uma cozinha, uma sala e um banheiro, tudo pequeno, abafado. O sonho de ser independente não mostrou-se lá muita coisa. A nostalgia pelo berço familiar, a segurança dos olhos atentos da mãe, o querido cão que tanto o adorava. Tudo isso contribuia para o olhar melancólico e distante de Thom. Foi nessa mudança de vida, a insegurança pelo desconhecido, que criou raízes em seus pensamentos, que trouxe aos poucos esse medo incomum.
Morava em um municipio com pouco mais de vinte mil habitantes. Não que seja uma cidade pacata, mas em comparação com os grandes centros urbanos, a cidade era calma, suave.
Em sua adolescencia, gostava de passear pelos pastos, observar os bois, passáros, das fazendas que cercava a cidade. Dificilmente tinha medo do mundo, mas mesmo assim, era bastante precavido, evitando ao máximo frequentar lugares aonde poderia conseguir problemas, resultando assim nessas suas caminhadas matinais, pelos lugares pouco transformados pelo homem.
Era pelo clima calmo, que o fez sempre preferir estudar pela tarde. Amigos, tinha não muitos, mas prezava a amizade de seus poucos, formando uma irmandade com seus companheiros.
No colégio, impressionava com sua inteligência. Não era um nerd, pelo contrário, em contraponto com seu gosto pelo calmo, tinha uma personalidade efusiva. Dificilmente largava o cigarro, adorava faltar as aulas e no qual compensava pelos seus excelentes resultados no boletim. Ávido ouvinte de Rock. Talvez seja nestas caracteristicas, que descobrimos que Thom vivia em dois mundos: o calmo, que era o seu mundo ao redor; e o agitado, quase tudo o que existia apenas dentro de si.
Desde cedo mostrou-se um bom observador de pessoas. Precisamente o comportamento delas. Sobre outros pontos, como o vestir, ele praticamente despercebia-se. Calado, em meio ao grupo de amigos, gostava de captar minuciosamente a personalidade de cada um. Não demorou muito para que as pessoas queressem os seus conselhos, e de tanto ouvir que deveria ser psicologo, acabou por estudar a fundo a psicologia.
Hoje, em seu quarto, pensava em tudo isso, no que foi deixado para trás. Na frustação do que ainda não conseguiu ter. Considerou o seu mundo muito pequeno. Simples. E era tudo o que não queria. Ergeu o olhar para o teto, e inspirou com todas as suas forças. Parecia um atleta preparado para o tiro de largada. Levantou-se, vestiu uma camisa, e saiu pelo corredor.
um observador ao estilo show de trumman, otimo texto. a suplica que se chama cotidiano nunca se mostra demasiadamente acolhedora nem ardilosamente aversiva. ha de se encontrar o equilibrio.
ResponderExcluirhttp://raciocinioquebrado.blogspot.com/
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ResponderExcluirA nostalgia sempre é um pouco melancólica
ResponderExcluirTodos os dias entramos em pequenos ou grandes conflitos internos
Thom como psicólogo sabe disso certamente!
Gosto dos dois universos de Thom!
Eu tenho vários
Aêe. gosteei du seu blog.
ResponderExcluirii esse creioo ki fooi o primeeiro capituulo neh.
gosteei tb interessante.
maiis esse seeu visuaal eu nuunka tiinha visto.
gostei
eh uniiico mano =]
seu bloog teem tudo pra dar certo
Visiite u mêeu
www.doispetelecos.blogspot.com
Oi :D
ResponderExcluirO layout do blog está perfeito :D
Muito bacana.
O texto foi muito bem escrito, a história parece ser interessante, mas achei o personagem caracterizado (estilizado) demais.
Enfim, são detalhes.
Gostei muito, mesmo.
Posso adicionar seu blog aos links do meu?
Abraços,
Daniel.
http://www.esovento.blogspot.com/
Ramon, ficou muito bom essa sua apresentação do teu personagem, realmente bom :)
ResponderExcluircontinue assim, estou desde já curiosa pra saber no que esta história vai dar :)
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ResponderExcluirObrigada por visitar meu blog.
ResponderExcluirPsicologia não foi publicado ainda, está previsto para o início do mês de março.
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ResponderExcluirTexto joia, personagem melhor ainda! Muito show! XD Curti muito seu blog, parabéns! =)
ResponderExcluirhttp://br.geocities.com/neowellblog/
Muito bem trabalhado, se continuar desta forma, irá prender a atenção e criará expectativa.
ResponderExcluirParabéns !
http://mixdefeijaocomarroz.blogspot.com/
Cara, eu achei o teu texto tão bem escrito...
ResponderExcluirParabéns, Ramon...
Gostei muito do texto mesmo e principalmente do desdobramento do final...
Um abraço, conterrâneo... E boa sorte no vestibular aí, seja Ufba ou Uefs
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ResponderExcluirGostei do seu blog inteligente, criativo e o principal têm contéudo.
ResponderExcluirMuito bem escrito.
Também sou aspirante a escritora.
Se visite o meu blog.
TE CUIDA!!!!
BOM FIM DE SEMANA PRA TI!!!
Nossa adoro contos, também escrevo.
ResponderExcluirGostei da maneira como escreve
Prende a atenção, cria expectativas e com um bom final, posso dizer que satisfatório.
Aqui te deixo um convite:
http://sientoquememirandecerca.blogspot.com/
Até
Legal Teu blog..
ResponderExcluireu gosto de contos e achei o seu legal...
o Layout do seu blog tbém bem legal.
gostei daqui
visite o meu blog tbm hehe
http://leganguera.blogspot.com/2009/02/por-me-preocupar-demais.html
gostei da hitsória, só é meuio estranho o designe do blog
ResponderExcluirMuito bem escrito seu texto!
ResponderExcluirAs vezes vemos, escutamos e fazemos coisas que nem nos mesmos sabemos.
bom..como só tem esse post..não tenho muita opção de comentar!
ResponderExcluir:(
Que talento heim meu amigo?
ResponderExcluirAté que enfim um "blog-novela" de qualidade!
Saboreei cada palavra! A.D.O.R.E.I!
Sua história tem tudo pra se tornar um marco, espero que consiga continua-la com a mesma qualidade!
Parabéns!
Posso te pedir um favor?
Me avise quando postar a segunda parte? ^^
Abração!
Cara, tu escreve muito bem... Já pensei em fazer isso nos meus blogs, ir escrevendo capítulo por capítulo de uma história... Tenho algumas guardadas aqui no pc... Mas nunca levei pra frente.
ResponderExcluirJá vc, continua! Tá muito bom mesmo o texto... Vou voltar aqui...
Sucesso e passa lá no meu:
www.marcelo-antunes.blogspot.com
Abraço!
Fabuloso prólogo. Não sei se Thom é um personagem fictício ou real, mas todas as manifestações de sua personalidade foram demonstradas com perfeição.
ResponderExcluirEspero que a historia continue no mesmo ritmo que começou.
Visitem o meu tbm:
http://diariodocamaleao.blogspot.com/
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ResponderExcluirVamos postar um novo texto =] \o/
ResponderExcluirA diferença entre o absurdo e a realidade? É que a realidade é mais absurda que o absurdo. Abraços e sucesso com o blog!
ResponderExcluirgostei do inicio da historia
ResponderExcluir26 comentários? carai. não vou nem comentar o fato do nome dele ser 'thom' e os atos dele de rockstar problemático. quando agente conhece alguém e o vê escrevendo histórias, conseguimos ver muito dessa pessoa nos personagens :D
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